Um dia na pele de repórter da SIC

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Todos nós já tentámos imaginar como são os bastidores de uma equipa de reportagem televisiva.

Chega de imaginar, vou contar-vos tudo.

No passado dia 17 nov. 2021 passei uma manhã com uma equipa da SIC. Fui ao terreno e registei aquilo que é o trabalho do jornalista e do repórter de imagem.

O dia começou cedo e frio. Eram 6h30 da manhã e já o Paulo e o Ricardo estavam na estrada para mais um dia. Pelas 07h10 chegam a Leiria, à porta do Hospital de Santo André.
 
O primeiro direto, para a SIC Notícias está previsto para as 07h32, com um Enfermeiro da SINDEPOR (Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal).
Antes do direto testa-se o equipamento com os técnicos em Lisboa. Após um ou dois telefonemas a equipa está pronta para entrar em direto a qualquer momento.
No ouvido de ambos está a escuta da emissão para que saibam, a todo o momento, a altura certa de entrar no ar.
 
O primeiro direto foi muito curto, cerca de 1:30min.
Logo após o direto, o Paulo, prepara o tripé para ser gravado o testemunho do Enfermeiro. Esse testemunho servirá para entrar na peça no Primeiro Jornal (13h).
 
Pausa para café. Sorte da equipa que mesmo em frente ao hospital existe um café para tomarem o pequeno almoço.
 
Cerca das 10h, antes do direto seguinte, houve ainda tempo para que o Paulo pudesse captar alguns planos de corte para “pintar” a peça. Normalmente são planos de contexto do local que ajudam o telespectador a saber onde está e do que se está a falar. Servem também para “suavizar” os cortes que são feitos nos depoimentos dos entrevistados.
 
Pelas 10h30 já se ouvia no auricular dos jornalista o aviso: “Vamos entrar em direto”. Desta feita, a entrevistada é uma médica do hospital. Logo após o direto, o mesmo ritual: gravar o depoimento da médica para a peça jornalística.
Findo que está o trabalho no terreno, hora de olhar para o relógio e fazer contas: São 10h45, cerca de 50 minutos de caminho até Coimbra. Ainda há que editar a peça para que entre no Primeiro Jornal (pelas 13h00).
 
A tranquilidade do Paulo e Ricardo, fruto da sua experiência, fazem-nos crer que têm muitas horas para poderem terminar o trabalho… mas não é bem assim. Têm apenas 1h30. Sem hipótese de atrasos, pois a peça é para entrar no início do Primeiro Jornal.
Chegados a Coimbra, são 11h35. Descarregar o carro, seguir para estúdio.
O Paulo retira as imagens da câmara para o computador e segue-se o “corte-e-costura” do Ricardo. É o chamado lapidar o diamante em bruto.
 
De uma entrevista de 5 minutos, o Ricardo retira o essencial.
Chegou a vez do Paulo entrar em ação. Pegar no material da entrevista e nos planos de corte que realizou e editar a peça.
Enquanto isso acontece, o Ricardo já escreveu o texto para a locução (voz off), que entretanto já foi gravar.
 
São agora 12h40 e a peça está terminada. Há ainda tempo para umas afinações na peça (correção de cor) e siga para Lisboa. A peça é enviada via internet e seguem também os nomes dos entrevistados e as “notas de rodapé” para que os insersores de grafismo da SIC possam colocar essas informações “em direto”.
Obrigado ao Paulo, ao Ricardo e a todos os repórteres que nos trazem informação séria e de qualidade.
 
Podem assistir à peça em vídeo, aqui: